O ascendente é a linha do horizonte ao leste, é de onde nasce o sol e todos os outros planetas da eclíptica, é o que estava surgindo no céu no momento em que você nasceu. Num mapa natal, ele representa exatamente esse primeiro momento de encontro de você com o mundo e do mundo com você.
Todas as experiências são subjetivas pois todes temos um filtro pelo qual enxergamos a realidade. Mesmo que possamos concordar que algo é vermelho, cada pessoa enxerga um tom diferente desse vermelho e alguns até dirão na verdade ser laranja. Mesmo que eu e você vejamos uma mesma cena acontecer diante de nossos olhos teremos uma perspectiva, nem que só um pouco, diferente. Tudo o que chega até mim passa por essa lente única e quanto mais eu entendo como ela funciona, mais consigo perceber como minha subjetividade molda as minhas experiências e compreender como as subjetividades das pessoas ao meu redor moldam as delas. Nada simplesmente é. Tudo é uma questão de perspectiva.
O ascendente nos fala como funciona esse nosso filtro no qual as referências que vamos acumulando ao longo da vida vão se agregando. Ele fala também sobre a sua vitalidade, sua expressão manifestada, sobre como você aborda tudo o que faz e sobre o que sempre está presente no seu campo de visão independente de onde esteja.
Eu, Mari, tenho ascendente em gêmeos, um signo de ar mutável. O elemento ar se relaciona com a mente e o raciocínio, enquanto o modo mutável representa a energia de adaptabilidade e transição, ou seja, vivo a vida em um constante estado de questionamento. Sou flexível e consigo me adaptar a qualquer ideia, enxergando a vida com os olhos curiosos que observam tudo ao redor e fazem a mente correr solta.
Vivo no mundo dos pensamentos - o que se acentua por tanto gêmeos quanto virgem, signo do meu sol, serem regidos por mercúrio - e muitas vezes vivo a realidade através da mente, ou seja, acabo não sentindo a necessidade de concretizar algo porque só de eu ter pensado sobre já sinto que realizei.
É um desafio para ascendentes no signo de ar lembrarem que possuem um corpo que precisa de atenção, pois ficam tão presos em suas próprias cabeças que dormir e comer entram no fim da fila de prioridades. Mesmo que eu tenha muita terra em meu mapa natal, elemento da materialidade, meu ascendente em gêmeos me faz esquecer de comer se me sinto mentalmente estimulada e me empolgar tanto conversando que não quero parar de pensar e dormir.
Inclusive, dormir é uma coisa que sempre tive dificuldade de fazer, e lá eu ficava horas e horas me revirando na cama imersa em pensamentos sem fim. Foi entendendo que o que eu precisava era desacelerar minha cabeça que aprendi as técnicas que me ajudaram e hoje já é raro eu ter esse problema. Começo desde antes a ir retirando todos os estímulos, respiro fundo, faço algum alongamento já deitada na cama, vou sentindo meu corpo parte por parte e deixo um caderninho na cama ao meu lado para que se um pensamento fique me importunando eu o tire de mim logo e fique em paz.
Pessoas com ascendente em gêmeos tendem a ser desapegadas com a própria aparência, enjoando de ter o mesmo estilo e gostando de experimentar. Ascendentes em ar no geral tendem a enxergar a aparência como uma forma de expressão, usando escolhas estéticas como forma de deixar claros seus pontos de vista. Busco comunicar com minhas roupas, cabelo, maquiagem e jeito de estar as minhas opiniões e visões de mundo para que quem me veja já tenha uma noção de quem eu sou e, consequentemente, eu acabe já de cara filtrando as pessoas que tenho ao meu redor.
Mudo meu cabelo a cada mais ou menos 3 meses porque mudo de opinião sobre mim tão rápido que preciso que minha aparência física me acompanhe. Enjoo de me ver no espelho do mesmo jeito e me sinto murcha se não mudo alguma coisa. A forma como faço tudo o que faço é tão desapegada quanto isso. Corto meu cabelo sem saber como quero que fique no final, só vou fazendo e vendo o que acontece porque são as possibilidades que me abastecem. Quando cozinho, odeio seguir receitas e vou improvisando da mesma forma. Apesar de ser virginiana, meu preciosismo se aplica ao que envolve outres, enquanto minha aparência é apenas minha para explorar.
Me identifico muito com gêmeos, mas não sou geminiana. O ascendente não fala sobre quem somos, apenas como colocamos aquilo que somos para fora. Não sou uma pessoa sociável e inclusive sou extremamente introvertida. O regente do ascendente fala sobre para qual área da vida acabamos sempre nos voltando e, no meu caso, ele está fortalecidíssimo na casa 4, a área que representa o nosso lar, família e vida íntima. Isso mostra que apesar de eu gostar de observar o movimento da vida pelo lado geminiano, eu sou extremamente caseira e acabo preferindo ficar meu cantinho.
Os ascendentes em signos de fogo tendem a ter mais vitalidade e buscam empolgação em tudo o que fazem, os de terra são mais estáveis e buscam experiências que possam ser vistas e tocadas, os de água buscam se conectar com o mundo num nível emocional e percebem a vida através de seus sentimentos, enquanto os de ar, como já falei, buscam ser mentalmente estimulados, cada qual de uma forma específica. Essas considerações, é claro, são extremamente rasas e os detalhes são modulados pelo mapa como um todo, pois astrologia é contexto.
Por hoje é só,
lembre de beber bastante água e de se olhar no espelho com carinho.
Se você quiser entender mais sobre a sua forma específica de ser, venha fazer uma sessão comigo, lá vamos conectar todas as pecinhas do quebra-cabeça que é o seu mapa e ver como ele funciona em sua vida.
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